quinta-feira, 12 de março de 2009

Viatori

Ignoto tibi

O nome que a ti mesmo te dás e à tua escrita para sempre em espera (aonde me levou o nome de S. João da Cruz) será o que te darei. Peregrino, alma-corpo espiritual, sem dimensão terrena agora. Nesta terias, quando interrompeste a escrita, pouco mais de trinta e sete anos, precisamente como Thomas Traherne, quando tão cedo deixou infinitamente em aberto a sua.
Escolhi a "missa sine nomine" de Palestrina. Pareceu-me adequado à circunstância de te inominares, como o autor de Cloud of Unknowing.
O primeiro movimento foi de tomar Tomás Luís de Victoria. Abri a caixa, mas encontrei-a vazia (tê-lo-ei guardado com um outro, por engano). Era uma missa de requiem (adequada, portanto). Mas também um Magnificat (e o meu maior desejo seria o de poder sustentar o estado de espírito de que irrompem as palavras que anseio voltar a entoar). E era, no fim, a missa "O quam gloriosum" (como acabei por dar, não o querendo, sentido ao que em si mesmo o não tem, vejo configurada uma tríade de mistérios).
Estás aqui ainda, mesmo que já não estejas. Ainda e já não, é apenas a enunciação inversa do "já e ainda não" da "comunicação dos santos"...

Este post foi-me suscitado por um blogue,que me impressionou muitíssimo, de um anónimo que terá deixado (tão cedo) este mundo.

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