sábado, 14 de março de 2009

thoughts are angels sent abroad

“Os pensamentos são anjos que enviamos lá fora”.

Mais de três séculos passaram sobre a escrita destas palavras. Sujeitas a carregar significados na altura estranhos, libertas dos que seriam na mesma altura óbvios, não deixa de parecer ingénua a imagem que por sua via se traça. Há muito que se banalizaram os anjos de tanto se falar deles. Torna-se cada vez mais difícil fazer-lhes qualquer referência ou alusão.

Envia-me os teus anjos... Formulo assim o pedido a que não dou voz. Um anjo mudo que envio, que por um instante conserva em si toda a energia que lhe comunico, para logo com ela se extinguir sem deixar traço. Se o prendesse à escrita despenderia toda a energia que precisa para se soltar dela e partir... Querem-se autónomos, este anjos. Recuperam a energia despendida com a que recebem lá fora para onde os enviamos. Tornam-se por vezes irreconhecíveis, de outros. Melhores? Piores?

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