de novo, a beleza
Já aqui me referi a um conto de H.G.Wells em que o narrador (?) vê regressar, assomando de um grão de areia, a nave que viu partir ultrapassando o limite da velocidade da luz em direcção aos confins do universo. Nunca li, nem tão pouco encontrei este conto ou algum que se lhe parecesse, mas muitas vezes o meu pai, muito dado a falar por parábolas, contava este episódio. Talvez tivesse contribuído para que decidisse que bastaria - e sobraria - buscar a beleza nas coisas dadas - o maior milagre - , não havendo necessidade de a procurar longe podendo encontrá-la perto, quantas vezes vindo ela até mim.
Do livro que ando agora a ler (de Amin Maalouf, Les jardins de lumière) transcrevo estas palavras, ditas por Mani, pintor e filósofo oriental do século III, que, segundo o texto da contracapa, «os Chineses chamavam 'o Buda de luz' e os Egípcios 'o apóstolo de Jesus'» :
«La Lumière qui est en vous se nourrit de beauté et de connaissance, songez à la nourrir sans arrêt, ne vous contentez pas de gaver le corps. Vos sens sont conçus pour recueillir la beauté, pour la toucher, la respirer, la goûter, l'écouter, la contempler. Oui frères, vos cinq sens sont distillateurs de Lumière. Offrez-leur parfums, musiques, couleurs. Epargnez-leur la puanteur, les cris rauques et la salissure.»
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