quinta-feira, 7 de julho de 2011

no espírito da mulher da dracma perdida

Aqueles que almejam assumir uma perspectiva transversal a todas as religiões, encontram-na na que vê a vida como um trajecto em demanda da Sabedoria. Salutar é o facto de cada um o entender de acordo com o sentido que  construir - ou que vir emergir - ao longo desse percurso. T.T. prefere chamar-Lhe Felicidade (Felicity) e vê-se como um lago («pool») que tem primeiro de se encher para depois transbordar. 
O que tenho, porém, constatado é que a maior parte dos que escrevem sobre a felicidade apenas falam em como encher o lago, deixando subentender que já o tenham cheio. Se esta é a forma de o deixarem extravasar, bem me parece que a tanto o forçam, enchendo-o de muitas coisas que estão longe de ser a desejada água. O espírito mais deveria ser o da mulher da parábola que encontra a dracma perdida e chama as amigas para que se alegrem com ela. Diria ser neste espírito que Traherne escreve. Colocarei no outro blogue (há tanto tempo que lá não ponho nada) um passo das Centúrias em que não só isto me parece estar muito claro, mas que também me propicia aquela experiência de, não alcançando a compreensão, ser todavia movida por ela no entendimento que busco para o que me impede de ver a via com a limpidez que desejo.