sábado, 4 de dezembro de 2010

A questão das imagens (2)

Devo explicitar (reiterando o que já aqui terei dito) o que penso com respeito ao texto dito "sagrado": acredito que só verdadeiramente o é no momento em que "acontece" a relação trina de que irrompe um sentido que fulgura como verdade no momento e para o momento. Não fazer imagens / representações seria  um contra-senso se é da nossa essência construí-las. O perigo de que nos adverte o texto bíblico estará em tomar a imagem pelo "referente" («em si mesmo» inalcançável) e vesti-lo nessa imagem como se da sua pele se tratasse. 

Mesmo num animal se colam imagens: não é o rato em si, mas a imagem (a tornar as coisas piores, uma imagem estereotipada) que se lhe "cola" que está na origem do pavor irracional que em muitos suscita Poderei trazer aqui o textinho  em forma de diálogo entre mãe e filha que escrevi a este respeito, se a minha amiga F. Maio - que lhe deu o título de O canto da água me autorizar a que aqui coloque os quadros que para ele pintou.