Já não há tempo e, todavia, há todo o tempo
Este paradoxo (de, já não havendo tempo, haver, todavia, todo o tempo) parece ter-se instalado neste «tempo que resta», com a decorrente ou concorrente impressão da continuidade da «via» num outro nível de existência ou de «vibração», nesse «meio» que tudo conecta a que prefiro chamar «meio divino» em vez de «campo quântico» (como o designam e concebem as actuais correntes científicas).
Direi que esta impressão me desacelera, contrabalançando a celeridade em que vejo correr os dias num quotidiano cheio de tanto a que dar resposta, e me traz uma estranha tranquilidade e com ela a certeza de que vivo, concomitantemente, num outro tempo em que tenho todo o tempo para conhecer e aprofundar o que, neste, apenas me é dado vislumbrar como possibilidade.
Olho-o como uma outra forma de interseccionismo, à semelhança da que por vezes observo no espaço, quando, olhando o mar, vejo ao mesmo tempo uma paisagem de montanha, ou, tendo esta diante dos olhos, vejo concomitantemente uma enseada ou uma escarpa sobre o mar.
Transpondo para o plano da relação com «o outro» (já que em e com o « Outro» é aquela em que tudo acontece), direi que me sinto não apenas induzida, mas conduzida a pressentir e, já e ainda não, conhecer a relação com o «outro» neste contexto de aproximação de «esferas de existência» a que é trazido.
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