a diferença, um vislumbre do mistério
Ao falar em "orientação para significados relevantes" apropriei-me de uma designação de que retiro toda a carga socio-ideológica (hoje anacrónica) que lhe incutiu quem a cunhou, para com ela simplesmente referir o princípio de constituição de cada um dos inúmeros mundos (tantos quantos os indivíduos) numa mesma realidade multidimensional. Os significados (meanings) surgem enquanto tais (ainda que seja plausível admitir um potencial semântico, como o faz M.A.K. Halliday) em função da orientação que implicam e que os implica, numa relação que se estabelece mercê desse "terceiro" que dela irrompe (ou não decorresse tudo isto de uma trindade dinâmica à semelhança daquela de que tudo decorre, inclusivamente o que é e o que não é).
Claro que tudo isto é consabido (fora, obviamente, o mistério da trindade, ou não fosse o próprio mistério a sua essência), mas requer que se lhe faça referência quando se trata de falar da experiência pessoal do divino (e do humano também). Devo confessar que, se sinto sempre algum desconforto ante a análise do que é, por natureza, inanalisável a não ser pelo próprio (que se pode ou não prestar a esse esforço, de inerente que ele é à essência pensante do ser humano), muito me indispõe todo o diagnóstico do que é, do mesmo modo, indiagnosticável. Admito, quando muito, que se confronte o que se lê e o que pessoalmente se vivenciou, na certeza de que mutuamente se moldam (tal como mutuamente se moldam o que se lê e o que nunca de comparável se vivenciou, como será o caso de Certeau e de outros menos ideologicamente criteriosos).
De qualquer maneira há a tendência a buscar as semelhanças (tal como eu mesma o fiz durante mais de sete anos), para se vir porventura a descobrir mais tarde (como aconteceu comigo) que o mais importante, o que mais propicia um vislumbre do mistério (que é a única coisa que, em essência, se pode dizer haver de comum, nesse mistério assentando as semelhanças discursivas encontradas) é exactamente aquilo que há de diferente e deixa a sua marca.
Foi assim que Thomas Traherne se tornou para mim uma presença especial, como acontecera antes com a do autor (anónimo) de Cloud of Unknowing. Diferentes presenças, todavia, tão diferentes quanto necessariamente o são duas pessoas distintas. Que dizer então da presença de Jesus (aqui, agora e sempre)? Que dizer da presença de quem ainda está, em corpo, alma e espírito, aqui? Presenças que têm em comum o serem especiais, singularizadas por essa orientação do coração e da mente implicada na constituição do mundo que só eu posso conhecer (e Alguém, único, conhece melhor do que eu).
Claro que tudo isto é consabido (fora, obviamente, o mistério da trindade, ou não fosse o próprio mistério a sua essência), mas requer que se lhe faça referência quando se trata de falar da experiência pessoal do divino (e do humano também). Devo confessar que, se sinto sempre algum desconforto ante a análise do que é, por natureza, inanalisável a não ser pelo próprio (que se pode ou não prestar a esse esforço, de inerente que ele é à essência pensante do ser humano), muito me indispõe todo o diagnóstico do que é, do mesmo modo, indiagnosticável. Admito, quando muito, que se confronte o que se lê e o que pessoalmente se vivenciou, na certeza de que mutuamente se moldam (tal como mutuamente se moldam o que se lê e o que nunca de comparável se vivenciou, como será o caso de Certeau e de outros menos ideologicamente criteriosos).
De qualquer maneira há a tendência a buscar as semelhanças (tal como eu mesma o fiz durante mais de sete anos), para se vir porventura a descobrir mais tarde (como aconteceu comigo) que o mais importante, o que mais propicia um vislumbre do mistério (que é a única coisa que, em essência, se pode dizer haver de comum, nesse mistério assentando as semelhanças discursivas encontradas) é exactamente aquilo que há de diferente e deixa a sua marca.
Foi assim que Thomas Traherne se tornou para mim uma presença especial, como acontecera antes com a do autor (anónimo) de Cloud of Unknowing. Diferentes presenças, todavia, tão diferentes quanto necessariamente o são duas pessoas distintas. Que dizer então da presença de Jesus (aqui, agora e sempre)? Que dizer da presença de quem ainda está, em corpo, alma e espírito, aqui? Presenças que têm em comum o serem especiais, singularizadas por essa orientação do coração e da mente implicada na constituição do mundo que só eu posso conhecer (e Alguém, único, conhece melhor do que eu).
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