"pensar com"
Este espaço-tempo de tangência entre mundos que, se acontece com a escrita, também a faz acontecer, não é um outro mundo, distinto do chamado "mundo real", em que o "eu" se refugie como no "moinho abandonado" do poema de Gedeão. Por escrita entendo não apenas o que vou escrevendo, mas e sobretudo o que leio e que, indistinto do eu que o escreve, o faz aquele "em mim fora de mim" que Derrida envolve no "pensar com" . Tal será a essência do mais profundo pensar. Refiro-me, obviamente, ao pensamento verbal, maior do que a gramática (a léxico-gramática) que, se o molda, também por ele se deixa moldar (diria que a própria estrutura "pensar com", na sua (im)possibilidade, mostra esta sua natureza moldável).
"Pensar com" implica que "o outro" seja "em mim fora de mim" como o é no momento em que o escuto na voz que, silenciosamente, lhe dou. E sempre a mesma questão me vem assombrar: que mundo esta comporta senão o meu? Se é um caminho que não leva a lado nenhum pretender libertá-la de tal carga (do lado da leitura como do lado da escrita), também me interrogo se a algum lado me leva continuar a iludi-lo, focando os "significados interpessoais" (e textuais, é claro), no esforço inglório de, em face da sua impossível coincidência ou mesmo consentaneidade, colocar entre parêntesis os referentes ideacionais (se assim lhes posso chamar) envolvidos ou criados no processo.
"Pensar com" implica que "o outro" seja "em mim fora de mim" como o é no momento em que o escuto na voz que, silenciosamente, lhe dou. E sempre a mesma questão me vem assombrar: que mundo esta comporta senão o meu? Se é um caminho que não leva a lado nenhum pretender libertá-la de tal carga (do lado da leitura como do lado da escrita), também me interrogo se a algum lado me leva continuar a iludi-lo, focando os "significados interpessoais" (e textuais, é claro), no esforço inglório de, em face da sua impossível coincidência ou mesmo consentaneidade, colocar entre parêntesis os referentes ideacionais (se assim lhes posso chamar) envolvidos ou criados no processo.
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home