terça-feira, 21 de dezembro de 2010

ainda o estreitar da relação com Maria

Desde a primeira semana do Advento que tento começar o dia como se «tivesse oração», mesmo não a tendo: assumindo o vazio na sua plenitude como o "negativo", digamos assim, da plenitude com que o desejaria encher. 

Com tanto bulício à minha volta e no entanto tão só comigo mesma (mesmo com os que através de mim vieram ao mundo tão poucas afinidades encontro), tento olhar tudo isto como também um negativo de uma paz que, como o verdadeiro amor, «o mundo não pode dar». Assim Ele o disse: «Deixo-vos a Minha Paz, dou-vos a Minha Paz; não vo-la dou como o mundo a dá...» (Jo.14,27).

Dos momentos que Lhe consagrei esta manhã ficou-me uma imagem de uma tríade em que, mais do que em qualquer "outro", Ele está em e com ela, Maria, na sua relação privilegiada com o Filho e, através do Espírito Santo, com o Pai. Vejo-a agora onde desejei ver o "outro", como se, antes de o encontrar, devesse buscar nela o mistério da face feminina de Deus. 
Do Génesis 1:27, é esta a tradução que faz brilhar para mim mais viva esta luz: «E criou Deus o homem à Sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou» (na New King James' Version: «So God created man in His own image; in the image of God He created him; male and female He created them.»)