sábado, 22 de janeiro de 2011

«leave the baser world behind»

Vejo como o tempo passa cada vez mais acelerado contrariando o que em mim reclama paragem, silêncio, quietude:  a tranquilidade favorável a esta escrita de reflexão contemplativa que me chama aqui, muito em especial quando me a suscita esta ordem de poesia que intensifica em mim o sentido de uma outra dimensão de que me é assim propiciado um vislumbre. Uma dimensão mais "leve", mas não menos real da existência, que permeia e envolve esta mais densa. Na verdade, não se trata verdadeiramente de diferentes dimensões da realidade, mas sim de diferentes níveis de consciência dela. Um poema tanto mais me "toca" quanto me eleva acima deste nível mais denso, por isso tido por básico, para me o dar a ver, numa outra "claridade", transfigurado.

O sentido de frustração que possa advir de se me deparar tão buliçoso e afadigante este troço do caminho (que esperaria de «remanso») longe de contrariar a aceleração do tempo, mais lha aumenta. A consciência disto leva-me  à visualização do rio e do que o seu caudal arrasta, que simplesmente há que deixar ir na corrente. Não perde força com a reiteração o que se tornou para mim um poderoso símbolo  a que recorro na certeza de que é rendendo-me que avanço ao encontro do que anseio sem saber o que seja, confiante em que virá.