terça-feira, 19 de abril de 2011

«budista-cristão» e «cristã-budista», na essência, o mesmo

Poderia aquele que apanha do chão o humilde ser que corre o risco de ser pisado  no caminho e o põe a salvo afirmar-se «não cristão», se, no momento em que se compadece e se inclina neste gesto, o enche o «Espírito de Cristo» que o move? 
Que importa que se diga budista (ou o que for que se diga), como eu me digo cristã, se nos irmanamos no mesmo gesto, no mesmo fundamental sentir?  Não se dirá, porém,"não cristão", como eu me não direi  «não budista». Olhá-lo-ei como budista-cristão e serei olhada como cristã-budista, sabendo ambos (ou não nos corroborassem o coração e a mente o que nos diz o espírito) que por detrás da aparente dualidade nome-referência, há a unidade trina em que i-rompe e de que e-rompe, gerando-a, Aquele que nos escreve no coração «o nome acima de todos os nomes», diante do qual «todo o joelho se dobrará». 
Posso estar a dizer uma grande heresia, mas o sentir que dita o gesto no exemplo que dei não é já uma pura forma de adoração desse Nome em nós inscrito?