«consciousness takes the place of imagination»
Ainda tinha na prateleira um livro de Paul Auster, que comecei a ler, só por ter terminado o anterior. Trata-se de duas narrativas (non-fiction) em torno da morte do pai, com o título The invention of solitude. Não contava encontrar mais do que uma ocasião de confronto com a minha própria experiência, em simetria, ou seja, de filha relativamente não à mãe, mas à avó, neste papel): «When the father dies (...), the son becomes his own father and his own son», escreve A. (Auster designa-se pela inicial, nesta narrativa na 3ª pessoa). Não será bem assim. O que senti na altura é que ela me passava o "testemunho" que um dia me pertencerá passar - a quem, não sei ainda - a assegurar uma continuidade não sei ao certo de quê, porém transmitido por "linha feminina".
Não sendo de maneira nenhuma este o tema que me motiva agora, não deixei de estranhar a "indicação" a que lesse agora este livro, o que fiz, na falta de outro mais motivante. Como no plano da vida, também no "plano de leitura" intervém uma como que "vontade" alheia à minha - o "anjo da guarda"?-, que toca de "maravilhoso" o que chamo "realidade". Ontem, ao deparar com uma citação que Auster faz de um autor de mim desconhecido, reconheci o porquê daquela "indicação". Não só encontro a verbalização clara do que com cada vez maior força da evidência se me manifesta, mas a sua confirmação no que toca ao "anjo" que me guia:
«In the presence of extraordinary reality, consciousness takes the place of imagination.»
Escolhi a imagem que colei acima por me parecer alusivamente simbólica, sendo mais um "trabalho" da máquina fotográfica (do telemóvel) em "vidro sobre desenho", no mesmo dia do outro que há dias aqui coloquei).
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