a cena do poema-salmo
O poema que coloquei no último post (uma pesquisa na net levou-me ao texto original) é o salmo de Johan Olaf Wallin (1779-1839) que integra a cena que é para mim - e por via desta integração - a mais bela do filme de Ingmard Bergman Smultronstället . O título em português - "Morangos silvestres" - dá conta do qualificador e omite o qualificado - o lugar, o sítio (que faz o sentido, uma vez que, como alguém comenta, se trata, na língua sueca, de uma expressão metafórica para «um lugar guardado em segredo no coração»).
No you-tube encontrei um vídeo com a cena em que as palavras do poema são ditas de core, literalmente do coração, integrando o que é para mim não apenas a resposta à pergunta feita, mas um deslumbrante sinal, mais do que da Sua existência (o termo diz infinitamente pouco), da Sua «demasiada realidade» ( mais uma vez, T.S.Eliot). Onde estiverem dois ou três... O salmo guardado por cada um no coração torna-se símbolo, no sentido literal do termo, no ser tomado e continuado por cada uma das três personagens, que assim assumem o que as une e que lhes revela desse modo essa porventura até aí ignorada união. Perdoe-se-me a pobreza deste meu comentário com que só pretendo dizer o que sinto, sem quaisquer pretensões críticas. O vídeo, infelizmente sem legendas, dá para ouvir e fruir a pura musicalidade do poema-salmo:
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