evocações suscitadas por Salve mi Jesu
Devo confessar que (tal como Civileso, que a escolheu em vez da versão original) prefiro esta versão "protestantizada" do texto de Rovetta da Salve Regina à versão católica tradicional, que sempre me causou alguma perturbação.
Sempre me perguntei por que haveria de pedir a Maria que me mostrasse Jesus, por que não haveria de Lho pedir a Ele directamente?
É a única oração de que me recordo nitidamente de aprender (teria cinco ou seis anos) com a minha mãe, repetindo passo a passo cada unidade de sentido, enquanto silenciosamente, pois que não dispunha de linguagem para o formular, resistia no mais fundo de mim à ideia do degredo, do vale de lágrimas e sobretudo de recorrer a Maria como intermediária para Jesus. Porquê esse desvio, se O sentia mais próximo e O amava com um amor que só Ele conhecia e que era o meu maior segredo?
"Quem Me vê a Mim, vê o Pai", disse Ele.
Como metáfora da relação mais me seduz a de "soror mea sponsa" do Cântico dos Cânticos do que aquela em que me coloco como filha, mesmo sendo a que Ele privilegiou como metáfora da Sua própria relação com o "Altíssimo".
Em relação a Maria, não a consegui nunca olhar como Mãe (devo dizer que as palavras mãe e pai não comportam para mim a carga afectiva que tenho observado terem noutras pessoas), mas como modelo e guia no seu incondicional "sim". Prefiro cantar-lhe "quero dizer sim, como tu, Maria" do que a Salvé Raínha, que no entanto, enuncio no final do terço (quando, em certas circunstâncias, o rezo).
Eis a letra deste Salve mi Jesu (a que surge sob a pauta tem uma gralha na adaptação da Salve Regina, sendo que Andreas Scholl dá claramente voz a "advocatus", não "advocata" como surge no texto):
Sempre me perguntei por que haveria de pedir a Maria que me mostrasse Jesus, por que não haveria de Lho pedir a Ele directamente?
É a única oração de que me recordo nitidamente de aprender (teria cinco ou seis anos) com a minha mãe, repetindo passo a passo cada unidade de sentido, enquanto silenciosamente, pois que não dispunha de linguagem para o formular, resistia no mais fundo de mim à ideia do degredo, do vale de lágrimas e sobretudo de recorrer a Maria como intermediária para Jesus. Porquê esse desvio, se O sentia mais próximo e O amava com um amor que só Ele conhecia e que era o meu maior segredo?
"Quem Me vê a Mim, vê o Pai", disse Ele.
Como metáfora da relação mais me seduz a de "soror mea sponsa" do Cântico dos Cânticos do que aquela em que me coloco como filha, mesmo sendo a que Ele privilegiou como metáfora da Sua própria relação com o "Altíssimo".
Em relação a Maria, não a consegui nunca olhar como Mãe (devo dizer que as palavras mãe e pai não comportam para mim a carga afectiva que tenho observado terem noutras pessoas), mas como modelo e guia no seu incondicional "sim". Prefiro cantar-lhe "quero dizer sim, como tu, Maria" do que a Salvé Raínha, que no entanto, enuncio no final do terço (quando, em certas circunstâncias, o rezo).
Eis a letra deste Salve mi Jesu (a que surge sob a pauta tem uma gralha na adaptação da Salve Regina, sendo que Andreas Scholl dá claramente voz a "advocatus", não "advocata" como surge no texto):
Salve mi Jesu, pater misericordiae,
vita dulcedo et spes nostra, salve.
Ad te clamamus exules filiae Evae,
ad te suspiramus gementes et flentes
in hac lacrimarum valle.
Eia ergo advocatus noster
illos tuos misericordes oculos
ad nos converte et pacem tuam
nostris temporibus concede,
o clemens, o pie, o dulcis Jesu Christe,
pacem concede, o pax vera Jesu.
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