sábado, 20 de março de 2010

"Cega de luz quando apareces"

Evoco, lá do fundo onde os guardei, os versos, agora dispersos, da mão feminina (Estela Guedes) que um dia os escreveu : "teço as noites com as manhãs... a casa é tosca... de árduo acesso / obscura se não passas nela / cega de luz quando apareces".
Ao reproduzir de cor estas palavras sinto-me tentada a glosá-las, dizendo por minha vez: Ainda que só indirectamente aconteça apareceres nesta minha casa "tosca", não deixa de se iluminar da luz de que venho cega quando te/Te encontro no pão e no vinho com que me esperas na casa onde te/Te procuro: a tua/Tua.
Será heresia o alargamento que me sinto movida a fazer do mistério eucarístico?