sábado, 27 de fevereiro de 2010

"The Lord bless you and keep you"

Ao fim de uma semana agitada em que os dias voaram, posso finalmente "sair sem ser notada / estando já a minha casa sossegada". Passe o paradoxo, "sair" para ir onde estou , fiel que sou à ideia que me é tão querida de que não há divisões na vida quando ela é perspectivada como "via" que é ao mesmo tempo e a cada momento o "aonde" ela conduz . Feliz quando, porventura, ligando os "momentos dentro e fora do tempo" como pontos no espaço, emergir o sentido da mais feliz direcção da viagem, na perfeita equilateralização da tríade das formas pronominais Tu/tu-eu, à Sua imagem.
Do belíssimo poema 77 do Viandante, intitulado "A tua mão", diria que no "tocar"-me me envolve no "meio", humano e divino, que, mais do que "uma atmosfera que respirasse", me deixa pressentir (confirmando pressentimentos anteriores) o "modo de ser" destes céus e desta terra numa nova claridade. Claro que só consigo passar à reflexão/verbalização depois de um tempo mais ou menos longo de puro sentir. Para do mesmo dar conta é na música que encontro a voz que por mim fale.
Antes de prosseguir e entrar no jardim por esta porta que me é aberta e que o anjo fechará atrás de mim - ou fosse possível voltar-se atrás quando se é "tocado" assim - deixo à mão que assim me toca o que por mim podem dizer as palavras tornadas música neste canto e nesta voz.