sanctum sanctorum
O "momento da compreensão", a "hora em que o ser e o compreender coincidem", nas palavras do Viandante, suscita-lhe um pensamento que toca um tema paulino - Rom 4:13 "haeres mundi" - que Traherne abraçou de corpo e alma. Escreve o Viandante: "Mas será que compreendo tudo isso? Não, não compreendo. Todos dizemos coisas que não compreendemos. Quando o compreender, poderei dizer que tenho tudo e que sou o Rei do mundo."
Escrevi no último post mais uma reflexão a servir de novo preâmbulo ao que poderia dizer sobre o poema "Filho Pródigo" (e também sobre "Terra do Esquecimento") que não fosse ao mesm
o tempo uma profanação, na consciência de que me não contento em ser admitida no átrio pretendendo entrar no "sanctum sanctorum" deste "templo": ser tocada pelo maior mistério; tocá-lo também.
Em termos de lógica, que o particular seja tocado pelo universal e, tocando-o, ser por ele envolvido tanto quanto o envolve (tornar-se a gota de água que contem o mar de que falam os místicos) não levanta problemas; o caso é outro tratando-se de dois particulares: só tocados um e outro pelo universal se poderão verdadeiramente tocar nesse ponto. Saindo da frieza gélida da lógica, em vez de "universal" direi "compreensão", a "compreensão" que, tocando a palavra, a torna poema, lugar privilegiado para um encontro face-a-face com o mistério do "outro". A imagem que me é dada é a do vidro de visão num só sentido no processo de se tornar película transparente entre os dois mundos. Tal a cortina do templo.
Por vezes visita-se em sonho a dimensão da existência em que, tendo-se sem dúvida um corpo, o desejo de o ver lhe dá uma forma alongada que faz pensar num peixe, sendo de modo algo semelhante que se move, comandado pela vontade (uma amiga que também "lá" vai falou-me nesta forma alongada que, dispondo-me a confirmar se assim era, logo o verifiquei em "lá" indo. - há como que uma ambientação progressiva que se faz através da recorrência destes sonhos pois que se recorda em cada "visita" o que já foi aprendido nas precedentes). O desejo de tocar logo se corporiza na mão que se estende, nos dedos que se alongam na direcção dos do "outro". No poema é como se estas mãos se tocassem através da película transparente que as separa (uma próxima vez que o sonho ocorra desejarei conhecer "isto"). Isto é já entrar no "sanctum sanctorum". De onde me vem a permissão? No entanto é como se a tivesse. Mais: é como se fosse chamada a entrar. Perguntar quem me chama é recapitular a vida desde o primeiro chamamento (falarei disto a seu tempo).
Entro no santuário (depois de todo este tempo a deambular pelos átrios) e escuto as palavras que me dão imagens da natureza das de scrying. (Continuarei num outro post, reservado a esta "aventura").
Escrevi no último post mais uma reflexão a servir de novo preâmbulo ao que poderia dizer sobre o poema "Filho Pródigo" (e também sobre "Terra do Esquecimento") que não fosse ao mesm

Em termos de lógica, que o particular seja tocado pelo universal e, tocando-o, ser por ele envolvido tanto quanto o envolve (tornar-se a gota de água que contem o mar de que falam os místicos) não levanta problemas; o caso é outro tratando-se de dois particulares: só tocados um e outro pelo universal se poderão verdadeiramente tocar nesse ponto. Saindo da frieza gélida da lógica, em vez de "universal" direi "compreensão", a "compreensão" que, tocando a palavra, a torna poema, lugar privilegiado para um encontro face-a-face com o mistério do "outro". A imagem que me é dada é a do vidro de visão num só sentido no processo de se tornar película transparente entre os dois mundos. Tal a cortina do templo.
Por vezes visita-se em sonho a dimensão da existência em que, tendo-se sem dúvida um corpo, o desejo de o ver lhe dá uma forma alongada que faz pensar num peixe, sendo de modo algo semelhante que se move, comandado pela vontade (uma amiga que também "lá" vai falou-me nesta forma alongada que, dispondo-me a confirmar se assim era, logo o verifiquei em "lá" indo. - há como que uma ambientação progressiva que se faz através da recorrência destes sonhos pois que se recorda em cada "visita" o que já foi aprendido nas precedentes). O desejo de tocar logo se corporiza na mão que se estende, nos dedos que se alongam na direcção dos do "outro". No poema é como se estas mãos se tocassem através da película transparente que as separa (uma próxima vez que o sonho ocorra desejarei conhecer "isto"). Isto é já entrar no "sanctum sanctorum". De onde me vem a permissão? No entanto é como se a tivesse. Mais: é como se fosse chamada a entrar. Perguntar quem me chama é recapitular a vida desde o primeiro chamamento (falarei disto a seu tempo).
Entro no santuário (depois de todo este tempo a deambular pelos átrios) e escuto as palavras que me dão imagens da natureza das de scrying. (Continuarei num outro post, reservado a esta "aventura").
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