novo preâmbulo...
Diz Traherne, no passo do poema "Dumnesse" que coloquei no último post do blogue que lhe consagro:
(...)Sure Man was born to Meditat on Things,
And to Contemplat the Eternal Springs
Of God and Nature, Glory, Bliss and Pleasure;
That Life and Love might be his Heavnly Treasure"
Um programa para a vida em que se aliam a meditação e a contemplação visando a identificação de "Life and Love" com "Heavenly Treasure", não a alcançar no final do percurso, mas a fruir a todo o momento. A via tradicional que leva da terra ao céu é, na visão de Traherne, a que traz o céu à terra. Em qualquer caso, trata-se da religação das duas dimensões da existência na fruição da "vida e do amor".
O programa é de todo o sempre, poder-se-ia dizer que apenas o modo de o verbalizar o situa no tempo. Continuar-se-á, se não a "meditar", certamente a reflectir sobre "as coisas", e, se não a contemplar "as nascentes eternas de Deus e da Natureza, da Glória, da suma felicidade e do prazer", certamente a beber delas. Tal é, ainda e sempre, o mistério que "toca" mais do que o pode "tocar" a poesia.
Fora da poesia assim "tocada", todo o discurso , explícita ou implicitamente, narra uma "história" com uma "verdade" para o momento. Seja como força centrípeta, seja como força centrífuga, essa "verdade" faz da narrativa uma tentativa do seu próprio entendimento. Não se lhe pode exigir coerência senão à luz de cada momento em que tudo se re-prespectiva. Na verdade, na vida que se vai escrevendo, como na escrita que se vai vivendo (e só pode ser propícia a consciência da sua implicação mútua) dá-se um reiterado re-perspectivar e recapitular. Por recapitulações desta ordem se vão (na vida como na escrita) descrevendo os "anéis crescentes" em torno da "torre antiquíssima", na imagem magnífica de Rilke. Começa-se, porém, sempre a meio, retraçando no novo "anel" o percurso realizado, na forma de uma história, nunca igual, ainda que envolvendo os mesmos ingredientes - não posso chamar "factos", mas também não posso chamar "acontecimentos" à "matéria prima" de que são feitas estas histórias da própria vida. E de que outra vida senão da própria? Tocada pela do "outro", abre nesse ponto ao maior mistério.
(...)Sure Man was born to Meditat on Things,
And to Contemplat the Eternal Springs
Of God and Nature, Glory, Bliss and Pleasure;
That Life and Love might be his Heavnly Treasure"
Um programa para a vida em que se aliam a meditação e a contemplação visando a identificação de "Life and Love" com "Heavenly Treasure", não a alcançar no final do percurso, mas a fruir a todo o momento. A via tradicional que leva da terra ao céu é, na visão de Traherne, a que traz o céu à terra. Em qualquer caso, trata-se da religação das duas dimensões da existência na fruição da "vida e do amor".
O programa é de todo o sempre, poder-se-ia dizer que apenas o modo de o verbalizar o situa no tempo. Continuar-se-á, se não a "meditar", certamente a reflectir sobre "as coisas", e, se não a contemplar "as nascentes eternas de Deus e da Natureza, da Glória, da suma felicidade e do prazer", certamente a beber delas. Tal é, ainda e sempre, o mistério que "toca" mais do que o pode "tocar" a poesia.
Fora da poesia assim "tocada", todo o discurso , explícita ou implicitamente, narra uma "história" com uma "verdade" para o momento. Seja como força centrípeta, seja como força centrífuga, essa "verdade" faz da narrativa uma tentativa do seu próprio entendimento. Não se lhe pode exigir coerência senão à luz de cada momento em que tudo se re-prespectiva. Na verdade, na vida que se vai escrevendo, como na escrita que se vai vivendo (e só pode ser propícia a consciência da sua implicação mútua) dá-se um reiterado re-perspectivar e recapitular. Por recapitulações desta ordem se vão (na vida como na escrita) descrevendo os "anéis crescentes" em torno da "torre antiquíssima", na imagem magnífica de Rilke. Começa-se, porém, sempre a meio, retraçando no novo "anel" o percurso realizado, na forma de uma história, nunca igual, ainda que envolvendo os mesmos ingredientes - não posso chamar "factos", mas também não posso chamar "acontecimentos" à "matéria prima" de que são feitas estas histórias da própria vida. E de que outra vida senão da própria? Tocada pela do "outro", abre nesse ponto ao maior mistério.
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