quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

ainda o re-

Reflectir envolve sempre uma reiteração do que já foi pensado ou mesmo dito, que, no processo de uma nova verbalização, faz vir à "ordem explicada" muito do que, entretanto, foi passando à "ordem implicada" e que re-vem "agarrado" ao que se reconvoca. Quanto mais simples parece uma teoria (como David Bohm consegue fazer parecer a sua, basicamente em torno do "holomovimento do implicar-explicar"), mais facilmente o seu modelo assume a força do símbolo e propicia o "toque" da "compreensão".
É este movimento "re-" (Morin desenvolve a sua teoria na base deste prefixo, mas apenas me quero cingir ao sentido etimológico de movimento em sentido contrário ao efectuado, que desfaz para refazer, desconstrói para reconstruir, sempre de um modo diferente) que dá a ver a vida como uma continuidade feita de descontinuidades, por isso mesmo se prestando a e até suscitando uma sempre outra "recomposição" com a inclusão, por vezes determinante, de "componentes", antes não apercebidas.