Ainda as duas orientações do pensar
Quando fiz uso da metáfora dos eixos vertical e horizontal para os dois modos "dominantes" de pensar que associei, respectivamente, ao masculino e ao feminino não quis naturalmente dizer que num e noutro não coexistissem os dois, como é, naturalmente, o caso.
Teresa d' Ávila, as mais das vezes, não desce às profundidades nem sobe às alturas, antes se fica pelo planalto onde o horizonte se lhe estende a perder de vista. Se são recorrentes os seus temas e motivos ela toca-os como se fossem realmente de natureza musical, tudo deixando por/a pensar. Diria que não se entrega ela mesma a tal "tarefa" pelo esforço contra natura que envolveria disciplinar-se a tal (será por isso que constantemente se justifica com as limitações que tem como mulher, sendo claro que se escuda atrás deste argumento de perigos de outra natureza que não o da acusação de se não dar a esforços auto-impostos).Tudo isto, porém, contribui para que, à distância de tantos séculos, ainda sinta ao lê-la o calor da sua respiração.
Tenho de admitir que, se a chamada "actividade científica", enquanto a tal estive obrigada, foi sempre um equilibrar das duas "orientações" (de forma a que nunca ficasse de fora a componente de prazer no que fazia), cada vez mais agora (que já não tenho constrangimentos desta natureza,) tendo a me espraiar na planura, alargando as margens.
Não quero dizer com isto que abandonei os meus temas e motivos recorrentes, antes que os vejo como redemoinhos no caudal do rio, do qual não os posso obviamente isolar.
Teresa d' Ávila, as mais das vezes, não desce às profundidades nem sobe às alturas, antes se fica pelo planalto onde o horizonte se lhe estende a perder de vista. Se são recorrentes os seus temas e motivos ela toca-os como se fossem realmente de natureza musical, tudo deixando por/a pensar. Diria que não se entrega ela mesma a tal "tarefa" pelo esforço contra natura que envolveria disciplinar-se a tal (será por isso que constantemente se justifica com as limitações que tem como mulher, sendo claro que se escuda atrás deste argumento de perigos de outra natureza que não o da acusação de se não dar a esforços auto-impostos).Tudo isto, porém, contribui para que, à distância de tantos séculos, ainda sinta ao lê-la o calor da sua respiração.
Tenho de admitir que, se a chamada "actividade científica", enquanto a tal estive obrigada, foi sempre um equilibrar das duas "orientações" (de forma a que nunca ficasse de fora a componente de prazer no que fazia), cada vez mais agora (que já não tenho constrangimentos desta natureza,) tendo a me espraiar na planura, alargando as margens.
Não quero dizer com isto que abandonei os meus temas e motivos recorrentes, antes que os vejo como redemoinhos no caudal do rio, do qual não os posso obviamente isolar.
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