Partilhar e comungar
G. Steiner diz numa das suas muitas asserções: «translation is formally and pragmatically implicit in every act of communication». É certo que reitera algo de consabido, o que é aliás nota dominante no que escreve. Não é uma crítica que faço a Steiner, antes um sublinhar da pertinência das suas reiterações. Ou não fosse por sua via que o "já dito" diz sempre um "algo mais", que o torna outro. Assim cresce e amadurece. Ao mesmo tempo que convoco Benjamin (as noções de «Fortleben» e «Überleben») alio-lhe Derrida (a noção de "suplemento" e de "rasto" / «trace»).
Parece-me importante ter presente que no que seja um "acto comunicativo" (verdadeiramente prefiro falar em "acontecimento") está sempre de permeio um "acto de leitura" e «ler é como traduzir » (reverberação de um texto de Gadamer a que Derrida se reporta).
«En moi hors de moi» será sempre o "lugar" (ou melhor, o "não-lugar" para o qual a contradição aponta) daquele de quem traduzo o que diz, seja lendo, seja citando, seja comentando, sempre transpondo o que diz para a minha própria língua, pois que, ainda que partilhemos a mesma língua nunca verdadeiramente a comungamos. Mas será realmente sempre assim?
Parece-me importante ter presente que no que seja um "acto comunicativo" (verdadeiramente prefiro falar em "acontecimento") está sempre de permeio um "acto de leitura" e «ler é como traduzir » (reverberação de um texto de Gadamer a que Derrida se reporta).
«En moi hors de moi» será sempre o "lugar" (ou melhor, o "não-lugar" para o qual a contradição aponta) daquele de quem traduzo o que diz, seja lendo, seja citando, seja comentando, sempre transpondo o que diz para a minha própria língua, pois que, ainda que partilhemos a mesma língua nunca verdadeiramente a comungamos. Mas será realmente sempre assim?
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