«Viver é o ajustamento constante do pensamento à vida e da vida ao pensamento de tal modo que ambos estão continuamente a crescer, experienciando coisas novas nas velhas e coisas velhas nas novas. Assim a vida é sempre nova». Trago aqui este pensamento de Thomas Merton (colhido em Thoughts in solitude) para com ele retomar a minha entre-cortada linha de reflexão, agora que, com a chegada de Setembro, este mês sempre impropício se aproxima do seu termo.
Se me interrogar se terei feito algum progresso no caminho apenas reconheço que diligenciei no sentido de, como propõe Merton, olhar as coisas «em perspectiva». Será o que Traherne chamava «hav a Mind ... set in frame».Durante tanto tempo reservado para a altura certa, esta parece ter chegado. Falo de não ser por acaso que Merton me é presente agora. Logo ao abrir o pequenino volume dos Pensamentos deparei com um, que é afinal aquele que tenho desejado saber seguir na «compreensão» da poesia, que me fascina como sendo duas vezes obra da Sua mão. Trata-se de «penetrar na sua realidade, na sua actualidade [no sentido etimológico do termo], na sua verdade, que não pode ser descoberta se não sair de mim mesma e me deixar ficar para trás para a ver em perspectiva».
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