não julgar
Procuramos razões talvez porque seja da nossa essência procurá-las (não somos «sem porquê» e não tenho a certeza se seria de desejar sê-lo...). Nesta demanda levantamos hipóteses que nos podem levar a juízos assentes em generalizações e sentidos feitos (razões que o «mundo interpretado» nos traz). Tento evitar fazer tais juízos, conhecendo o seu perigo, mas as interrogações levantam-se-me e tomam a forma de hipóteses explicativas que procuro, em vão, afastar. «Nada sei» e não tenho por que saber, diz-me aquela parte de mim que tem o poder de olhar de fora (tivesse ela o poder de olhar do mais de dentro do dentro!).
A canção que coloquei no último post (assim como o tê-la lá colocado) tem um efeito suavizante pela insistência no nada sabermos uns dos outros. Colhemos "dados" com os quais (re)construímos uma "história" em que acreditamos, mesmo sabendo que é precária e que há uma multiplicidade infindável de narrativas possíveis, quantas vezes contraditórias.
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