a «esperança» de Mani /Amin
Li mais umas páginas de Os jardins de luz, a chegar ao fim. Não se trata nem de uma nova religião nem de uma nova igreja, mas de um projecto de paz para o mundo, um projecto a que o protagonista chama «a minha esperança», que é também a de Amin Maaloof, ou não fosse ela o sopro que anima todos os seus livros.
A certa altura, alguém fala de bem e de mal, ao que Mani responde: «nunca ouviste essas palavras pervertidas na minha boca». Nem tão pouco Jesus as usou, mas Caminho, Verdade, Vida, Paz, Luz, Amor. Amin dá-nos a ver Mani levar a «mensagem» que lhe comunica Aquele que lhe fala no silêncio dele mesmo e do mundo. «O seu Gémeo», assim O designa. E o que lhe diz vejo-o contemplado nestas Suas palavras: «Tenho ainda muitas coisas a dizer-vos, mas não sois capazes de as compreender por agora. Quando Ele vier, o Espírito da Verdade, há-de guiar-vos para a Verdade completa.» (João 16,12- 13.)
Muitos são os autores que, ao longo dos tempos, tentaram protagonizar nos seus livros a figura de Jesus, animados de ensejos de toda a ordem. De um modo geral sinto fecharem-se-me as portas do coração ante a maior parte de tais narrativas. Raras são aquelas a que as sinto abrirem-se. Tal é o caso deste livro de Maaloof (Amin é, por sinal, um anagrama de Mani), de O Principezinho, e, entre nós, de O homem sem nome, de João Aguiar.
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