sábado, 28 de agosto de 2010

um modo de oração para esta etapa

Vir aqui de manhã cedo e tentar prender na escrita o que colhi de partilhável neste diálogo com o que  em mim mesma me transcende será talvez o modo de oração mais adequado a esta etapa do percurso. Se é meu desejo perfazê-la, este desejo mais não será do que a refracção em mim da vontade de quem, com o meu consentimento pleno, lhe orienta o rumo. Na verdade, já de há muito, na oração da manhã,  isto que se foi tornando um modo de reflexão dialogante se foi substituindo à pura quietude contemplativa do início, como se o deleitoso «olho-Te, olhas-me» e a «canção de Jesus» equivalessem a esse leite materno de que fala S. Paulo, que cedo ou tarde tem de dar lugar a alimento mais sólido. Às "fulgurações"  quase epifânicas sucederam-se  cintilações e agora estas como que fagulhas que saltam e logo se apagam. Terão, porém,  a potencialidade de queimar o que houver de ser queimado e, como o creio e quero crer, de incendiar o que houver de arder com uma nova chama. É inquestionável que a desejo e por ela ardo  pressentindo-lhe a inteira e inimaginável novidade. Como há-de ela arder se não sob o Seu sopro?