domingo, 6 de fevereiro de 2011

a mais curta distância

Estou aberta a admitir que, no que chamamos "tempo" nesta dimensão mais densa da realidade, se esteja a verificar uma como que «aceleração» em virtude da qual o pensamento e a sua manifestação tendem a uma cada vez maior aproximação no sentido da instantaneidade: «Time is the cushion between the thoughts you think and the realities those thoughts produce». Prefiro, porém, pensar estas coisas em termos mais simples. É como se, podendo voar do cume da montanha ao vale, tivesse de descer a passo a ladeira íngreme, ou, podendo atravessar paredes, tivesse de andar às voltas no labirinto até dar com com a saída.

Se, em sonhos, fiz, em sucessivas etapas, aprendizagens desta natureza, também em sonhos me deparei com a resistência daqueles a quem, em vão, pretendia "ensinar" o que tinha aprendido. Na verdade, já devia saber que ninguém aprende estas coisas senão descobrindo-as por si, ou não mo tivesse dito o sorriso silencioso daquela que, acompanhando os meus mais ou menos lentos progressos (nesse outro plano menos denso da realidade), sempre pacientemente esperou que os fizesse por mim.


Pensar em «termos mais simples» é, por exemplo, pensar como a cananeia, em Mat 15, 21-28: ela quer que a filha seja curada e crê que, pedindo-Lho, acontecerá. Por isso, pede. Nada pode ser mais simples.
Transcrevo as Suas palavras:  «'Mulher, grande é a tua fé. Faça-se como desejas.' 
«Dir geschehe, wie du willst», na tradução de Lutero: «Que (te/para ti) aconteça, como queres». 
E o epílogo:
«E a partir desse instante a filha dela achou-se curada» .