sexta-feira, 19 de agosto de 2011

em homenagem ao Wise

Visualizo o Wise a correr, leve, pelos campos fora ao encontro do Fusco e da Linda e também do Sabu, que foi o primeiro a chegar à "ponte do arco-íris" (rainbow bridge).
Quando me foi trazido já teria alguns anos. Como o Indi o aceitou bem, ficou a partilhar o seu espaço, que está agora mais vazio.
Todos os cães fizeram silêncio nesta terça-feira em que me viram tratar dele pela última vez e depois levá-lo, na cama de onde já se não levantava, coberto com uma manta.
Depois, na clínica, estive com ele até ao fim.
Pesa-me não me saber dividir em partes iguais de modo a assegurar a cada um o mesmo amor.  Nunca a ligação é a mesma e é mais forte e especial (em inglês o termo é bond) com uns do que com outros. Porque há-de ser assim? Pesa-me que o Wise tivesse ficado a perder relativamente aos que partilham o meu espaço dentro de casa, pesa-me não lhe ter dado por inteiro o meu amor e carinho.
Foi-me grato ver uma borboleta pousar na laje que, no dia seguinte, coloquei a assinalar o local, no jardim, para onde trouxe o que dele ficou; depois voar em círculos à sua volta e, a seguir, partir.  Tomei-a na  dimensão simbólica que a associa ao sopro de vida e à alma (confio que os animais também a terão).