continuando o post anterior
Posso desejar ou não, posso acolher ou não o «corpo» que assim se me oferece, nessa «suspensão do contacto real» (continuo a citar HV) em que a literatura acontece («só nela existe», diz). Nada poderia soar mais profundamente verdadeiro aos meus ouvidos de que este reconhecimento, aliado ao desse outro espaço que se abre: «o espaço para um novo desejo, um espaço para uma outra emergência de eros». Prossigo a citação: «O deus manifesta-se agora em novas formas de desejar, de um desejo que se consuma na comunhão dos espíritos».
Em última análise, o «deus» visará o acontecer de uma «ecclesia», na comunhão dos «espíritos que encontram na obra os motivos, mesmo os símbolos, para o seu reconhecimento». De novo se me suscita a analogia com a comunhão eucarística... para tomar consciência de que nunca o meu desejo se alargou ao que fosse que não Ele...
E nunca poderei esgotar na interpretação a singularidade da experiência que se tornou pra mim um símbolo para a vida toda. Trá-lo-ei um dia aqui. «Approach to the meaning restores the experience...» Até que ponto?
E nunca poderei esgotar na interpretação a singularidade da experiência que se tornou pra mim um símbolo para a vida toda. Trá-lo-ei um dia aqui. «Approach to the meaning restores the experience...» Até que ponto?
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