«strange loops»
Leio uma vez mais o poema 83 do Viandante e os três que o antecedem em que, como noutros poemas da série "Poemas do Viandante", quem me fala de mim se aproxima, enquanto se distancia daquele que (na terceira pessoa) me dá a ver, na noite escura que o envolve, assim como ao mundo que atravessa. «Noite desabrigada», esta, em que o eco da sua voz comporta um grito. Um apelo, um chamamento que rompe a escuridão.
O título do poema anuncia-o como «Viandante». E nesta anunciação se religam o homo viator o viandante anunciado e aquele que o anuncia. Um "loop" que se completa sem se fechar, antes abrindo-se na via que à "aventura" induz. Aventura no sentido etimológico do termo: ad venturam (ao a vir). "Loop" é também o movimento descrito pelo viandante no poema: «quando atravessa o mundo /rodopia no centro da noite».
Rodopiar é descrever uma série de "loops", num movimento "quase mas não circular" na progressão que lhe é inerente e que me faz evocar a dança Sufi (dos dervishes rodopiantes), em que corpo, alma, espírito são um com o universo em que tudo revolve, desde as partículas aos astros " : "tudo o que existe nos céus e na terra invoca Deus".
É, porém, a figura mítica inquieta do fauno que de imprevisto irrompe convocado na comparação com aquele que «atravessa o mundo» reaproximando-se da casa de que «se ausentou» e de que «perdeu o limiar» dela se distanciando, tal o "estranho loop" (feito de inúmeros outros) desta travessia. "Estranho loop" o que dele aproxima o fauno e as forças que corporiza no seu rodopio; não «no centro da noite» (em torno do qual re-volvendo se move o viandante), mas na sua remota periferia: «nas trevas longínquas / destes versos». Trevas que a noite convoca, religando os planos da vida e da escrita no momento em que esta fecha o »loop» num regresso a si mesma: a ordem de realidade "nestes versos".
Agora, porém, num qualquer ponto mais acima na progressão, de onde a mais alargada perspectiva, na tríade de perspectivas que sustenta o poema.
Se em quem me fala escuto o "Tu" que me reconfigura como "eu", o momento em que os Seus olhos tocam os meus acontece no encontro com os do "viandante" no poema. E , com um novo «ardor» sigo a via que no seu avanço o Homo Viator traça. Não o confirma o novo poema (84)que acontece na sempre ansiada «manhã» ?
O título do poema anuncia-o como «Viandante». E nesta anunciação se religam o homo viator o viandante anunciado e aquele que o anuncia. Um "loop" que se completa sem se fechar, antes abrindo-se na via que à "aventura" induz. Aventura no sentido etimológico do termo: ad venturam (ao a vir). "Loop" é também o movimento descrito pelo viandante no poema: «quando atravessa o mundo /rodopia no centro da noite».
Rodopiar é descrever uma série de "loops", num movimento "quase mas não circular" na progressão que lhe é inerente e que me faz evocar a dança Sufi (dos dervishes rodopiantes), em que corpo, alma, espírito são um com o universo em que tudo revolve, desde as partículas aos astros " : "tudo o que existe nos céus e na terra invoca Deus".
É, porém, a figura mítica inquieta do fauno que de imprevisto irrompe convocado na comparação com aquele que «atravessa o mundo» reaproximando-se da casa de que «se ausentou» e de que «perdeu o limiar» dela se distanciando, tal o "estranho loop" (feito de inúmeros outros) desta travessia. "Estranho loop" o que dele aproxima o fauno e as forças que corporiza no seu rodopio; não «no centro da noite» (em torno do qual re-volvendo se move o viandante), mas na sua remota periferia: «nas trevas longínquas / destes versos». Trevas que a noite convoca, religando os planos da vida e da escrita no momento em que esta fecha o »loop» num regresso a si mesma: a ordem de realidade "nestes versos".
Agora, porém, num qualquer ponto mais acima na progressão, de onde a mais alargada perspectiva, na tríade de perspectivas que sustenta o poema.
Se em quem me fala escuto o "Tu" que me reconfigura como "eu", o momento em que os Seus olhos tocam os meus acontece no encontro com os do "viandante" no poema. E , com um novo «ardor» sigo a via que no seu avanço o Homo Viator traça. Não o confirma o novo poema (84)que acontece na sempre ansiada «manhã» ?
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