Viver em Cristo: a Páscoa cristã em cada instante
Em O tempo que resta , diz o Agamben, referindo-se ao incipit da Carta aos Romanos: «Trataremos (...) este primeiro versículo como se ele recapitulasse nas dez palavras que o compõem a mensagem do texto inteiro».
Importando «procurar compreender o sentido da palavra christos, ou seja, messias», é este o termo que privilegia (e.g. "vida messiânica" em vez de "vida em Cristo") ao arrepio do reconhecimento que faz de que o grego paulino não é «uma língua de tradução»: «nem grego, nem hebraico, nem idioma profano», mas a sua língua própria, com «o estatuto de uma língua de autor». Nesta língua que lhe é própria, não extravasará o termo Cristo o sentido de "Messias", ainda que em si o recapitule?
É da vida em Cristo que fala o Viandante na aproximação que faz entre a Páscoa cristã e cada instante em que, como seres no tempo, «morremos e ressuscitamos», sendo que a Sua morte e ressurreição «dá a esse instante uma dimensão absoluta». Viver em Cristo será, pois, viver a Páscoa a cada instante. Trata-se, diz-nos, de abrirmos os olhos e focalizarmos o olhar na eternidade que «já está aí».
Transcrevo as suas palavras, que acabo de glosar:
«Ao morrermos, ressuscitamos para a eternidade. Esta já está aí, embora sejamos cegos para o que está aí. A Páscoa talvez não seja mais do que um exercício de abertura dos olhos ou de focalização do olhar.»
Importando «procurar compreender o sentido da palavra christos, ou seja, messias», é este o termo que privilegia (e.g. "vida messiânica" em vez de "vida em Cristo") ao arrepio do reconhecimento que faz de que o grego paulino não é «uma língua de tradução»: «nem grego, nem hebraico, nem idioma profano», mas a sua língua própria, com «o estatuto de uma língua de autor». Nesta língua que lhe é própria, não extravasará o termo Cristo o sentido de "Messias", ainda que em si o recapitule?
É da vida em Cristo que fala o Viandante na aproximação que faz entre a Páscoa cristã e cada instante em que, como seres no tempo, «morremos e ressuscitamos», sendo que a Sua morte e ressurreição «dá a esse instante uma dimensão absoluta». Viver em Cristo será, pois, viver a Páscoa a cada instante. Trata-se, diz-nos, de abrirmos os olhos e focalizarmos o olhar na eternidade que «já está aí».
Transcrevo as suas palavras, que acabo de glosar:
«Ao morrermos, ressuscitamos para a eternidade. Esta já está aí, embora sejamos cegos para o que está aí. A Páscoa talvez não seja mais do que um exercício de abertura dos olhos ou de focalização do olhar.»
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home