
Etiquetas: carpe diem, Deus, ética, solidão, transempírico
"Ich bin ein Berg im GOtt / und muss mich selber steigen// damit GOtt mir sol sein liebes Antlitz zeigen" (Angelus Silesius)
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(The Cloud of Unknowing, trad. para Modern English de Clifton Wolters, 1978, pp. 69-70)
Etiquetas: inteiro, nuvem do não saber, palavra sagrada
É isto que me faz pensar que não sou eu o "homem do leme". Ou não sou só eu. "Eu e mais que eu", dizia-me outro caminhante como eu . Gostei desta sua formulação para o que nos ia sendo revelado, enquanto subíamos a encosta, cada um pelo seu lado, movidos por diferentes pulsões, mas re-encontrando-nos muitas vezes.
Dizia já lá ter estado, no cimo da montanha, e até acreditava que a descia ao encontro dos homens, lá em baixo no vale. Nunca gostei muito desta sua vertente "iluminada". (Um só é o Mestre.... falo disto no ponto 7 do meu outro blogue).
Muito se fala agora por aí da importância da auto-estima (a substituir o velho "amor-próprio"), mas fica tão aquém o sentido que se lhe "inventa", tão aquém do infinito alcance do amar-se a si mesmo. É que se esquece quase sempre o essencial.
Falando na primeira pessoa (para evitar o tom de ensinamento a que sou adversa) direi que o "eu" que amo em mim é o "mais que eu", a que não vejo razão para não chamar "eu interior", como S.Paulo. Conhece os meus erros, fraquezas e limitações e, todavia, continua a caminhar comigo, mesmo quando penso que o afastei de mim (ao dizer "de mim" falo do que é em mim o "eu exterior", superficial, movido por "projectos pessoais de banal felicidade").
O que de maravilhoso daqui advém é que, amando (do mesmo modo que em mim) o que é em ti "mais que tu", do mesmo modo o sei contigo, mesmo quando pensas que o afastaste de ti. Volto-me agora para ti, a quem trago no pensamento. Sim, tu que deixas lá fora Aquele que está à porta e chama e recusas a ceia que te traz. Se O fechas lá fora, como não te hás-de sentir tão só do lado de dentro, ainda que tenhas companhia?
Longe está da sua compreensão quem o entende como "amor fraterno" quando é a graça divina (gr. kharis) a sua essência. Amor que pode irromper em qualquer forma de amor ou ligação eu-tu (para quê classificar o que temos?)
S. Jerónimo tentou, em lugar de traduzir agapé, encontrar em latim uma palavra mais adequada. E da palavra grega kharis formou a palavra latina charitas, que veio a ser desastrosamente tomada como derivação de carus, com todos os mal-entendidos advenientes.
Etiquetas: amor, auto-estima, eu interior, graça, transbordar
"Representan siempre a Cristo, la Virgen o los santos en la gloria (por eso el fondo es a menudo de oro) y son considerados casi como un sacramento, en el sentido de que no se limitan a describir al sujeto sino que se proponen ponerlo a uno en contacto espiritual con esa realidad. Son como “ventanas” por las que nos asomamos a la gloria, a la realidad celestial."
Desconhecia esta perspectiva que me dará agora um outro olhar sobre estas imagens que, sem saber ao certo porquê, sempre tiveram para mim um especial fascínio.
Etiquetas: anjo, escrita, pensamento
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“Statues dressées en limites instauratrices d’un ailleurs qui n’est pas autre part, ils le produisent et le défendent à la fois. Ils forment de leur corps et de leurs textes une frontière qui divise l’espace et transforme leur lecteur en habitant de campagnes ou de faubourgs, loin de l’atopie où ils logent l’essentiel. Ils articulent ainsi une étrangeté de notre propre place, et dond un désir de partir au pays. À mon tour, semblable à l’”homme de la campagne” dans Kafka*, je leur ai demandé d’entrer. Au commencement le gardien répondait: “C’est possible, mais pas maintenant” (…)
“Il (le gardien) est étranger, lui aussi, au pays qu’il trace en marquant un seuil. Faut-il dire la même chose de ces mystiques?
Certeau, Michel de, 1982, la fable mystique, 1. Paris: Gallimard, pp.10-11.
* Franz Kafka, “Devant la loi”, in Oeuvres complètes, Cercle du livre précieux. Gallimard-Tchou, 1964. t.4. pp. 165-166.