modelo científico e metáfora (revisited)
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«Our view of the differences between the sexes has recently undergone radical revision. (...) In June of 2003, researchers reported the full gene sequence of the human Y chromosome, and it was nothing like biologists had expected. (...)Taking all these genes into account, geneticists conclude that men and women differ by 1 to 2 percent of their genomes -- which is the same as the difference between a man and a male chimpanzee (or a woman and a female chimpanzee). So we are going to have to reexamine the basis of the differences between the sexes. A lot more of it may be built into the genes than we had supposed.»
Alguém disse que sempre que a ciência e a religião entraram em conflito, a ignorância pesou para um dos lados. Prefiro esta perspectiva à que vê uma incompatibilidade absoluta entre ambas, perspectiva que diria ser a dos "fundamentalistas" de um e de outro lado, fóbicos um do outro, mas irmanados na mesma cegueira ao símbolo, tão triste como a cegueira às cores e muito mais deplorável. Uns e outros jamais entenderão que, se o literal pode ser invalidado, o mesmo não acontece ao simbólico, a menos que se lhe pretenda "pregar" (na dupla acepção do termo) um sentido. O convite à criação de sentidos é-lhe inerente, mas também lhe é inerente não deixar que lho preguem: «arrancará o prego e fugirá com ele» (aproprio-me desta formulação de D.H.Lawrence num outro, mas congénere, contexto).